segunda-feira, 23 de abril de 2007

Dia de S. Jorge (23 de Abril)

Para quem tenha feito a Promessa de Escuteiro, qualquer que tenha sido a sua idade, se a fez com o devido ensejo, recordá-la-á hoje, como sugeriu Baden-Powell.
Lembrará que assumiu cumprir os seus deveres para com Deus e a Pátria, ajudar o próximo em todas as circunstâncias e observar a Lei do Escuteiro.
E a Lei do Escuteiro não diz o que deve ser, ou aconselha a ser, ou proíbe ser, o escuteiro. Ela afirma o que é o escuteiro (ex: "O escuteiro é amigo de todos e irmão de todos os outros escuteiros" 4.º art.). Ela é, por isso, um plano de vida. Não dá lugar a tibiezas e dúvidas. Só é Escuteiro quem vê na Promessa e na Lei um programa de vida, sem se escudar na idade, na cultura, no estatuto social.

Não podemos deixar de observar o quanto malbaratada anda a nossa Lei do Escuteiro; o quão falsas (queremos acreditar, por levianas) são algumas Promessas que são feitas. Porque falamos demais e pouco reflectimos no que dizemos (o coração não chega a sentir o que a boca e a "inteligência" expressam). E quando nós adultos, educadores no movimento escutista (que não tão somente na nossa associação) não projectamos, nas nossas vidas, a imagem dessa Promessa e dessa Lei então fazemos ruir os alicerces do Escutismo. Que falso (no mínimo) é aquele que pede a um rapaz que, na maturidade própria da sua adolescência, dali em diante se empenhe a orientar a sua vida pelos princípios que o primeiro questiona. "– A vida adulta não permite levar à prática a Promessa e a Lei!" "– Então não esteja a enganar o rapaz. Deixe o escutismo." É assim que eu penso!

Escuteiros, Escoteiros, Scouts (Movimento ou associações)

Neste dia ou na sua proximidade, realizam-se uma série de manifestações comemorativas (como a que aconteceu no passado Sábado, em Lisboa, no Parque da Bela Vista). Também ali se vive o 4.º artigo da Lei do Escuteiro (de que falei acima). Realiza-se a FRATERNIDADE ESCUTISTA. Os Lobitos (idade infantil) ficam "esmagados" com o facto de serem tantos os seus irmãos escuteiros. Os escuteiros (exploradores) maravilham-se com a participação activa no espírito da paz (a almejada, mundial) que aqui se faz sentir, entre eles.

Tudo isto se passa dentro de uma das "capelinhas" do escutismo. Quando nos referimos aos outros escuteiros (escoteiros) subliminarmente tendemos a menorizá-los. "– Os outros nem são escuteiros. São escoteiros!"

Mais uma vez, nós adultos, temos que assumir que observar a Lei é saber ver quando o outro é Escuteiro, independentemente de ser do CNE, da AEP, da FSE ou de outra qualquer associação. É, caritativamente, levar qualquer escuteiro a corrigir a sua maneira de ser. E a baní-lo quando não seja sua vontade ser Escuteiro, ainda que insista estar entre nós. "Uma batata podre, faz apodrecer toda uma prateleira".

Não é verdadeiro o adulto que diga ao rapaz que somos todos irmãos e considere que há "filhos e enteados".

Afinal, o escutismo quer no seu país de origem (Inglaterra), quer mesmo em Portugal, nasceu como um movimento. Os rapazes começaram a organizar-se a partir da leitura de um livro que estimulara a sua imaginação, conduzindo-os à aventura – Scouting for Boys. Os adultos quiseram orientar no melhor caminho essa imaginação (foi o que fez B.P.). Em resultado da sua dimensão houve necessidade de estruturar melhor os grupos que se iam constituindo, daí as associações, como suporte, mas nunca substituindo o Movimento. Quando as regras das associações questionem a Promessa e a Lei então essas é que não são dignas de serem associações escutistas.
S. Jorge, Patrono Mundial dos Escuteiros

Foi-o por sugestão de B.P.. S. Jorge é o nobre cavaleiro que não se detém com as dificuldades para vencer o mal, representado pelo dragão que enfrenta. Nada o faz lutar por aquele povo senão a nobreza de fazer o bem, pelo bem. E quanto a recompensas... não há tempo a perder com recompensas. Diz "– Voltarei para vir desposar a princesa quando a minha missão de acabar com o mal estiver terminada". Li algures "é por isso que os escuteiros praticam o bem e combatem o mal, para que S. Jorge possa desposar a princesa."

A terminar, não podia deixar de saudar todos os meus irmãos Escuteiros e pedir-lhes que olhem para mim, para olharem por mim. Para que todos possamos ser mais Escuteiros, melhores Escuteiros, assim Deus nos ajude.

Apetece bradir: Por S. Jorge e Portugal... Arraial, arraial, arraial