quinta-feira, 17 de maio de 2007

Qual voluntariado... Qual quê?

No último boletim da associação de pais a que pertenço foi publicado um artigo que me agrada partilhar com quem lê este blog, alargando, assim, o âmbito da minha mensagem.

"Uma proposta: Na senda do voluntariado

Estamos numa época em que se valoriza – e muito bem – a mani-festação da disponibilidade e a prática de voluntariar-se para um qualquer serviço.
Serviço voluntário é aquele que é feito de livre vontade, sem constrangimentos, que procede espontaneamente, sem esperar recompensa.
De facto, é nobre servir com abnegação os outros, sendo contudo que os outros, somos nós – o nosso universo, a sociedade em que vivemos.
Podemos servir grandes causas à nossa diminuta dimensão ou mesmo pequenas causas com um “coração de leão”, e umas não desprestigiam as outras. Mas, em meu entender, só é nobre servir como voluntário quando a abnegação transborda e não se esgota na nossa missão principal (profissional e familiar). Sim, essa é A Missão; outras, sê-lo-ão ou não! Assim deve acontecer com todos nós: pais, professores e alunos. Iludir-nos-emos quando sentirmos estar a fazer muito bem enquanto voluntários, estando a fazer muito mal enquanto pais, professores, educadores, filhos e alunos. Ordena-nos a razão e o coração que não sejamos melhores voluntários que pais ou melhores voluntários que professores.
Ora, todos somos pais; alguns de nós servem nesta associação, enquanto membros dos órgãos sociais, voluntariamente. Bom era que nos empenhássemos, independentemente de fazermos ou não parte daqueles órgãos. Seria outra forma de nos voluntariarmos. Perguntamo-nos, como é isso possível. Pois bem, essa é a razão última desta proposta.
À associação de pais chegam notícias de necessidades diversas, quer de carácter sócio-caritativo, quer de equipamentos escolares, ora para suprir necessidades pessoais, de alunos, ora para apoiar os trabalhos de “investigação” que os alunos desenvolvem, sejam curriculares, sejam extra-curriculares.
A título de exemplo, soubemos que grupos de alunos do 12.º ano, tendo necessidade de desenvolver trabalhos práticos, na nova disciplina de área-projecto, manifestaram necessidade de adquirir material óptico, outros, material electro-magnético (julgo não estar a errar) e, certamente, outros teriam necessidades que desconhecemos. Soubemos que envidaram esforços e com êxito conseguiram os melhores preços, contando até com a colaboração de alguns pais que tinham ligações com os ramos implícitos.
Ora, isso levou-nos a pensar que de entre os vários modos como os pais podem ajudar, afinal este era também muito útil. Pois bem, o que propomos é que não nos limitemos a pagar a nossa quota anual e prestemos esse bom serviço que é o de manifestarmos a disponibilidade para apoiar a escola, através da associação, no que nos pareça ser possível, com os nossos conhecimentos académicos, profissionais, empresariais, etc.: É o aluno a quem estou disposto a ajudar com explicações; o material que consigo disponibilizar através da minha empresa, gratuitamente ou a baixo custo, para que um grupo do 12.º ano possa desenvolver o seu trabalho; é o acompanhamento psicológico que enquanto técnico estou capaz de prestar voluntariamente ao aluno sem capacidade económica para recorrer a esses serviços, enfim, tudo são exemplo que nos ocorrem, para além dos que vos ocorre, a cada um de vós.
Finalmente, como manifestar essa disponibilidade? Sugiro que, para tanto, no verso do impresso de inscrição na associação, para o ano lectivo 2007-08, descreva a forma como lhe parece ser possível participar nesta campanha; nesta “empresa” que é ajudar os nossos filhos a serem Grandes, em tudo.
Apoie-nos. Apoiemo-nos."

Julgo que aqui cabe perceber que todos temos o dever de participar na educação de todas as nossas crianças e jovens (independentemente de serem, ou não, nossos filhos). A forma como cumprimos as nossas missões e depois delas – e só depois – nos entregamos a tarefas que extravasam a nossa situação de estado, a nossa profissão, os nossos deveres sociais, determinam a qualidade da educação que prestamos.
De nada adianta darmos apoio a movimentos de promoção da família, estando nós em processo de divórcio. De nada serve integrar movimentos da defesa da vida quando a vida que oferecemos aos nossos filhos é sem qualidade (entenda-se afecto e não bens materiais).

De que adianta usarmos de muita compreensão e caridade num qualquer movimento cristão se não conseguimos ser exemplo de sobriedade cristã na nossa empresa.

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